terça-feira, 26 de abril de 2011

Arrasando nas introduções.

"As vezes não tenho vontade de escrever e é por não querer escrever nada que acabo escrevendo alguma coisa."


          Ana Carolina, costuma A-RRA-SAR nas introduções de algumas músicas em seus shows. Umas ela apenas recita, outras ela mesma escreve.
            Uma das mais chocantes é a introdução da música "Unimultiplicidade" do seu DVD ao vivo com Seu Jorge. É uma carta de Elisa Lucinda (poeta, escritora, jornalista e atriz brasileira) lida por Ana Carolina durante seu show, seguida de uma canção composta por Ana e Tom Zé.

"Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão:
" - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba."
E eu vou dizer:
"- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão:
" - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal".
E eu direi:
" - Não admito! Minha esperança é imortal!"
E eu repito, ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final."

          Outra que eu gosto muito é de uma música que fez muito sucesso neste mesmo DVD com Seu Jorge, a música "É isso ai", ela regravou a música no seu mais recente DVD Multishow ao vivo, a música foi feita em uma versão mais que especial onde ela canta e toca lindamente um piano (o que será que ela não toca, né?!)



"Te olho nos olhos e você reclama que te olho muito profundamente. 
Desculpa, tudo que vivi foi profundamente. 
Eu te ensinei quem sou e você foi me tirando os espaços entre os abraços, 
guarda-me apenas uma fresta. 
Eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem. 
Até onde posso ir para te resgatar? 
Reclama de mim, como se houvesse possibilidade de me inventar de novo. 
Desculpa, desculpa se te olho profundamente, rente à pele, 
a ponto de ver seus ancestrais nos seus traços. 
A ponto de ver a estrada onde ficam seus passos. 
Eu não vou separar minhas vitórias dos meus fracassos! 
Eu não vou renunciar a mim; nenhuma parte, 
nenhum pedaço do meu ser vibrante, errante, sujo, livre, quente. 
Eu quero estar viva e permanecer te olhando profundamente."



          Essas duas introduções são as que mais gosto, profundas, reflexivas e tem tudo a ver com a música. E vocês gostaram?!

Beijos!


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Eu não sei parar de escutar...



Revelações e polêmicas

          Aos 16 anos, Ana Carolina tomou a decisão de contar para a mãe que se sentia diferente das amigas, revelou que era bissexual. A condição da filha foi respeitada, ainda que mais tarde ela tenha enfrentado cobranças.

"Fiz isso de supetão. Estávamos falando de um assunto qualquer e eu soltei a confissão, como se não fosse nada. Mãe, eu gosto de homens e de mulheres. Dá para a senhora me passar aquele negócio ali, por favor? (…) Tive de ser mais dura com minha mãe, para reafirmar minha condição. Mas aí ela aceitou de vez, e hoje nos damos bem."

          Em entrevista à Jô Soares, em 6 de Junho de 2008, Ana disse que: "homossexualidade, mediunidade e voz, todo mundo tem. Mas, só alguns desenvolvem..
Eu sou Bi, e daí?, foi o destaque da Revista Veja do mês de dezembro, onde Ana se revelou: "Sou bissexual. Acho natural gostar de homens e mulheres", disse ela à publicação. Contudo, deixou claro que não queria ser uma militante pelos direitos homossexuais, muito menos, levantaria bandeiras para defender a homossexualidade, pois, segundo ela, fica parecendo que ser gay é uma doença.

MUDANDO DE ASSUNTO...
         Adoro suas parceiras e em seu ultimo disco (Multishow Registro N9ve+1) todas as músicas tem participação especial, porém muito antes dele, houve outras parcerias e até as mesmas em outros tempos que eu gosto muito.
Do último disco selecionei sua parceria com Maria Gadú "Mais que a mim". O tom das vozes, a música, a letra... PERFEITO! Veja:

          Sua parceria com Jorge Vercilo na música "Abismo" são uma das minhas favoritas:


          E Seu Jorge (não poderia faltar), são quase uma dupla com suas vozes marcantes e fortes e a intimidade no palco que são um realce todo especial nas músicas. A música "Charttelon" mostra bem isso:


           Ana está com um novo projeto "Ensaio de Cores" que mistura música e pintura em prol da solidariedade. Um projeto belíssimo e encantador.


Beijos!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Ana Carolina

"A sua influência musical vem de berço - sua avó cantava em rádio e seus tios-avós tocavam percussãopianocello e violino. Ana Carolina cresceu ouvindo ícones da música brasileira, como Chico Buarque, e Maria Bethânia; e da música internacional, como as cantoras Nina SimoneBjörk e Alanis Morissette. Ainda na adolescência, iniciou a carreira de cantora apresentando-se em bares de sua cidade natal. Conhecida por seu registro vocal grave, é classificada como contralto, porém, pode alcançar notas relativamente agudas, portanto, tendo uma grande extensão vocal. Isso a ajudou muito em sua carreira, possibilitando-a interpretar uma ampla variedade de músicas e estilos."


"Com apenas 16 anos descobriu ter diabetes, depois de emagrecer 6 quilos de uma hora para outra, ter enjôos e depois de ser internada descobriu a doença quando sua glicemia chegou a 600. Aos 12 anos, começou a tocar violão, sozinha, apenas ouvindo, inspirada pelos também mineiro João Bosco."


          Começou profissionalmente aos 18 anos nos barzinhos da cidade com o repertório de Jobim, Chico, Ary Barroso e outros clássicos. Em entrevista, Ana diz que sua experiência em bares foi, para ela, uma escola, além de cantar sucessos do rádio, já cantava outras canções.
         Foi quando Ana Carolina conhecera Luciana David e Keley Lopes, duas estudantes de Comunicação, que gostaram do que ouviram e se tornaram suas empresárias. Então, começaram a surgir convites de mais bares nas cidade vizinhas e, acompanhada sempre pelo amigo e percussionaista Knorr, rodou alguns quilômetros da Zona da Mata mineira. Nesse tempo, Ana começou a compor, contudo essas não foram interpretadas tão cedo.
Ana fez um cursinho pré-vestibular no Colégio e Curso Meta ingressando na faculdade de Letras, na Universidade Federal de Juiz de Fora, onde cursou por pouco tempo.
         Conforme o tempo foi passando, Ana ia se tornando mais conhecida, até o dia em que foi convidada para participar em shows maiores, como na abertura do concerto da Orquestra Internacional de Ray Conniff, em 1997.
       Posteriormente, o italiano Máximo Pratesi convidou alguns artistas para se apresentarem em Roma. Além de Ana, ele convidou o grupo de mpb da cidade, o Lúdica Música. No Rio, onde assinariam o contrato, Pratesi descobre que Ana era diabética, desistindo de fechar o negócio. No Rio, Ana, muitas vezes, ficava hospedada na casa da amiga Cássia Eller.
Cquote1.svgFiquei triste num primeiro momento, mas depois agradeci por não ter ido, pois o fato de eu ter ficado aqui me permitiu crescer e amadurecer na música, a ponto de gravar meu primeiro disco anos depois e ser sucesso no BrasilCquote2.svg
— Ana Carolina
          Depois de realizar vários shows em Belo Horizonte, um rapaz chegou ao camarim com a letra de uma música que compôs enquanto a assistia. Esse rapaz, era o compositor gaúcho, José Antônio Franco Villeroy que se tornaria um dos melhores amigos e parceiros de Ana, a música era "Garganta" - música que foi o primeiro sucesso da carreira da cantora. "Depois me lembrei que conhecia Totonho, eu tinha ido a um show dele no Rio, no Mistura Fina, e adorei, tanto que comprei os dois discos independentes dele.", recorda Ana…