domingo, 20 de março de 2011

Cada qual a seu modo...


Lá em Portugal...
Por: F. Pessoa.

A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.
A arte é a auto-expressão lutando para ser absoluta.
As figuras imaginárias têm mais relevo e verdade que as reais.
Deus quer, o homem sonha e a obra nasce.
Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.
Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens.
Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.
Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo…
Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é.
Toda a poesia – e a canção é uma poesia ajudada – reflecte o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste.

Enquanto isso no Brasil...
Por: M. de Assis.


Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.
O dinheiro não traz felicidade — para quem não sabe o que fazer com ele.
Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas
A mentira é muita vez tão involuntária como a respiração
Botas…as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar.
A vida é cheia de obrigações que a gente cumpre por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente.
A imaginação foi a companheira de toda a minha existência, viva, rápida, inquieta, alguma vez tímida e amiga de empacar, as mais delas, capaz de engolir campanhas e campanhas, correndo...
Mas o tempo, o tempo caleja a sensibilidade.
Eu sinto a nostalgia da imoralidade.
Não levante a espada sobre a cabeça de quem te pediu perdão.

Difícil escolher apenas uma que se identifique conosco...
Qauntas citações, ao ler, você deu um suspiro e pensou "PURA VERDADE"?

Beijos!

domingo, 13 de março de 2011

O Mestre dos Mestres...

          Em 2008, Machado de Assis foi tema do Museu da Língua Portuguesa em SP, claro que eu compareci e foi uma exposição maravilhosa, pena que (pra variar) meu pc foi formatado - sem aviso prévio a minha pessoa - Logo, perdi meus arquivos!
     E neste inicio de tarde de um domingo nublado qui estou eu selecionando partes inteligentes de suas principais obras me deparo com esse site do MEC que resumiu até mais do que eu precisava para este post!
        Nele você encontra todas as obras (eu disse TODAS!) e quase a maioria disponível em PDF e HTML para leitura: por ordem cronológica e alfabética!


1Romance
2Conto
3Poesia
4Crônica
5Teatro
6Crítica
7Tradução
8Miscelânea


"O estilo de Machado de Assis assume uma originalidade despreocupada com as modas literárias dominantes de seu tempo. Mesmo suas obras iniciais — Ressurreição, Helena, Iaiá Garcia — que eram pertencentes ao Romantismo (ou ao convencionalismo), possuem uma ainda tímida análise do interior das personagens e do homem diante da sociedade, que ele virá mais amplamente desenvolver em suas obras do Realismo. Os acadêmicos notam cinco fundamentais enquadramentos em seus textos: "elementos clássicos" (equilíbrio, concisão, contenção lírica e expressional), "resíduos românticos" (narrativas convencionais ao enredo), "aproximações realistas" (atitude crítica,objetividade, temas contemporâneos), "procedimentos impressionistas" (recriação do passado através da memória), e "antecipaçõesmodernas" (o elíptico e o alusivo engajados à um tema que permite diversas leituras e interpetações)"



 "Mulheres são como maçãs em árvores.
As melhores estão no topo.
Os homens não querem alcançar essas boas, porque eles têm medo de cair e se machucar. Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão,
que não são boas como as do topo,
mas são fáceis de se conseguir.

Assim as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas,
quando na verdade, eles estão errados...

Elas têm que esperar um pouco para o homem certo chegar,
aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore."

Beijos!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Machado de Assis

"Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento."


Livros e flores

Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?

"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar."

"Lágrimas não são argumentos."

BONS AMIGOS
Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!


Quais suas primeiras impressões sobre o mestre da literatura brasileira?!

Beijos!

terça-feira, 1 de março de 2011

São eles... Antônio Nogueira!

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem  alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo :  "Fui  eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.


(Fernando Pessoa)
 
Estas Verdades
 
 
Estas verdades não são perfeitas porque são ditas.
E antes de ditas pensadas. 
Mas no fundo o que está certo é elas negarem-se a si próprias.
Na negação oposta de afirmarem qualquer cousa.  
A única afirmação é ser.
E ser o oposto é o que não queria de mim.
(Alberto Caeiro)
 
 
Cada dia sem gozo não foi teu
      
Cada dia sem gozo não foi teu
       Foi só durares nele. Quanto vivas
       Sem que o gozes, não vives.

       Não pesa que amas, bebas ou sorrias:
       Basta o reflexo do sol ido na água
       De um charco, se te é grato.

(Ricardo Reis)
 
Ah, Onde Estou
 
  Ah, onde estou onde passo, ou onde não estou nem passo, 
  A banalidade devorante das caras de toda a gente! 
  Ah, a angústia insuportável de gente! 
  O cansaço inconvertível de ver e ouvir! 
  (Murmúrio outrora de regatos próprios, de arvoredo meu.) 
  Queria vomitar o que vi, só da náusea de o ter visto, 
  Estômago da alma alvorotado de eu ser...


(Alváro de Campos)



Para quem quiser se aventurar: Clique!


Beijos!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Quem é quem dentre tanta gente...

"Criei em mim várias personalidades. Crio personalidades constantemente. Cada sonho meu é imediatamente, logo ao aparecer sonhado, encarnado numa outra pessoa, que passa a sonhá-lo, e eu não."

      "Só uma grande intuição pode ser bússola nos descampados da alma; só com um sentido que usa da inteligência, mas se não assemelha a ela, embora nisto com ela se funda, se pode distinguir estas figuras de sonho na sua realidade de uma a outra."

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Fernando Pessoa, plural como o Universo.

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver,

acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao
mundo e maior amor ao coração dos homens."
(Fernando Pessoa, em "O Eu Profundo")


          Neste domingo (19/02) fui ao Museu da Língua Portuguesa, um dos meus passeios favoritos e recomendáveis à São Paulo e era o penultimo dia da exposição "Fernando Pessoa, plural como o universo." (Sorte a minha, ter a ideia de fazer essa excursãozinha). Então, daí veio a minha vontade de falar um pouqinho sobre esse misterioso e incrível escritor português.
          
13 de junho de 1888 - Nasce em Lisboa, às 3 horas da tarde, Fernando Antônio Nogueira Pessoa.
1896 - Parte para Durban, na África do Sul.
1905 - Regressa a Lisboa
1906 - Matricula-se no Curso Superior de Letras, em Lisboa
1907 - Abandona o curso.
1914 - Surge o mestre Alberto Caeiro. Fernando Pessoa passa a escrever poemas dos três heterônimos.
1915 - Primeiro número da Revista "Orfeu". Pessoa "mata" Alberto Caeiro.
1916 - Seu amigo Mário de Sá-Carneiro suicida-se.
1924 - Surge a Revista "Atena", dirigida por Fernando Pessoa e Ruy Vaz.
1926 - Fernando Pessoa requere patente de invenção de um Anuário Indicador Sintético, por Nomes e Outras Classificações, Consultável em Qualquer Língua. Dirige, com seu cunhado, a Revista de Comércio e Contabilidade.
1927 - Passa a colaborar com a Revista "Presença".
1934 - Aparece "Mensagem", seu único livro publicado.
30 de novembro de 1935 - Morre em Lisboa, aos 47 anos.

          Ao fazer a leitura dessa pequena cronologia de sua vida podemos considerar uma vida relativamente normal e tranquila. Será mesmo?! Engano seu...

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente."

          Ao contrário dos pseudônimos - vários nomes para uma mesma personalidade - os heterônimos constituem várias pessoas que habitam um único poeta. Cada um deles tem a sua própria biografia, sua temática poética singular e seu estilo específico. É como se eus fragmentados e múltiplos explodissem dentro do artista, gerando poesias totalmente diversas. O próprio Fernando Pessoa  explicou os seus heterônimos:
"Por qualquer motivo temperamental que me não proponho analisar, nem importa que analise, construí dentro de mim várias personagens distintas entre si e de mim, personagens essas a que atribuí poemas vários que não são como eu, nos meus sentimentos e idéias, os escreveria.
Assim têm estes poemas de Caeiro, os de Ricardo Reis e os de Álvaro de Campos que ser considerados. Não há que buscar em quaisquer deles idéias ou sentimentos meus, pois muitos deles exprimem idéias que não aceito, sentimentos que nunca tive. Há simplesmente que os ler como estão, que é aliás como se deve ler."


        Por enquanto deixo essas poucas palavras sobre F. Pessoa para reflexão... 

"Você já teve contato com alguma obra do Pessoa ou seus heterônimos?! Gostou?! Se nunca teve como foi conhecer um pouco dessa pluralidade em pessoa?!"


Beijos!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Mais sobre TM!

          No dia 28 de março de 2009, voltaram a se apresentar no programa Altas Horas, cantando duas canções do novo álbum, "Pena" e "Mérito e o Monstro". O programa contou também com a presença da apresentadora Xuxa Meneguel e da cantora Ivete Sangalo, que também se embalaram ao som da trupe.

          No dia 24 de abril de 2010, participaram da novela Viver a Vida da Rede Globo. A trupe se apresentou na inauguração de um restaurante da trama, executando as músicas O "Anjo mais velho" e "Pena".



Discografia:

          "Entrada para Raros" (2003) é o primeiro trabalho de Fernando Anitelli como artista solo prima pela mistura de ritmos e estilos. Depois de algumas apresentações, “O Teatro Mágico” deixa de ser “apenas” o nome do CD e passa a denominar a companhia artística criada por Anitelli que, junto de seus companheiros, escreve seu nome na história da música popular brasileira com o sucesso independente de gravadoras ou mídias de massa.



Faixas:
1 Sintaxe à vontade
4 Acoando Notas
5 Mais e Menos
6 22-11
9 Carinho de Mãe
13 Sua Pressa e Sua Prece
 
          "O 2º Ato" (2009) é o mais recente álbum de Fernando Anitelli e sua trupe. As composições escolhidas colocam em debate o homem e a sociedade na qual vive. No primeiro CD (Entrada para Raros), a trupe estava imersa num universo paralelo, num lugar onde tudo era possível, falávamos de lutar pelos nossos ideais, pelos sonhos. No “Segundo Ato”, a gente dialoga sobre como realizar isso. É como se a trupe chegasse na cidade e se deparasse com as questões sociais e urbanas, como o cotidiano dos mendigos citados na música “Cidadão de Papelão” ou a problemática da mecanização do trabalho, questionada na canção “O Mérito e o Monstro”. Indo mais além, na música “Xanéu nº5″, há um debate sutil e, por vias opostas, mordaz, sobre o amontoado de informações que absorvemos, sem perceber, assistindo aos programas de TV da atualidade”, explica Anitelli.
 

Faixas:
1
Amadurecência
2 O Mérito e o Monstro
3 Cidadão de Papelão
4 Pena
5 Opus Erectus (Allegro ma nem tanto)
6
Sina Nossa
7 Si Atromiso
8
Criado-Mudo
9 Sonho de Uma Flauta
10 (!)
11
Eu Não Sou Chico Mas Quero Tentar
12 #@s!@
13
Alguma Coisa
14 Abaçaiado
15 Xanéu nº5
16 Os Insetos Interiores

 
          “Longe da crítica, perto do público”, assim relatou o jornal “Folha de São Paulo” referindo-se ao álbum “O Segundo Ato”  elegendo, através de seus leitores, a Cia. Musical e Circense como o melhor show da atualidade no Brasil. É desta forma, a partir da grande participação do público em sites de relacionamentos como orkut, youtube e outras mídias da rede, que se inicia o processo de “viralizar sem pagar jabá”.