quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Fernando Pessoa, plural como o Universo.

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver,

acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao
mundo e maior amor ao coração dos homens."
(Fernando Pessoa, em "O Eu Profundo")


          Neste domingo (19/02) fui ao Museu da Língua Portuguesa, um dos meus passeios favoritos e recomendáveis à São Paulo e era o penultimo dia da exposição "Fernando Pessoa, plural como o universo." (Sorte a minha, ter a ideia de fazer essa excursãozinha). Então, daí veio a minha vontade de falar um pouqinho sobre esse misterioso e incrível escritor português.
          
13 de junho de 1888 - Nasce em Lisboa, às 3 horas da tarde, Fernando Antônio Nogueira Pessoa.
1896 - Parte para Durban, na África do Sul.
1905 - Regressa a Lisboa
1906 - Matricula-se no Curso Superior de Letras, em Lisboa
1907 - Abandona o curso.
1914 - Surge o mestre Alberto Caeiro. Fernando Pessoa passa a escrever poemas dos três heterônimos.
1915 - Primeiro número da Revista "Orfeu". Pessoa "mata" Alberto Caeiro.
1916 - Seu amigo Mário de Sá-Carneiro suicida-se.
1924 - Surge a Revista "Atena", dirigida por Fernando Pessoa e Ruy Vaz.
1926 - Fernando Pessoa requere patente de invenção de um Anuário Indicador Sintético, por Nomes e Outras Classificações, Consultável em Qualquer Língua. Dirige, com seu cunhado, a Revista de Comércio e Contabilidade.
1927 - Passa a colaborar com a Revista "Presença".
1934 - Aparece "Mensagem", seu único livro publicado.
30 de novembro de 1935 - Morre em Lisboa, aos 47 anos.

          Ao fazer a leitura dessa pequena cronologia de sua vida podemos considerar uma vida relativamente normal e tranquila. Será mesmo?! Engano seu...

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente."

          Ao contrário dos pseudônimos - vários nomes para uma mesma personalidade - os heterônimos constituem várias pessoas que habitam um único poeta. Cada um deles tem a sua própria biografia, sua temática poética singular e seu estilo específico. É como se eus fragmentados e múltiplos explodissem dentro do artista, gerando poesias totalmente diversas. O próprio Fernando Pessoa  explicou os seus heterônimos:
"Por qualquer motivo temperamental que me não proponho analisar, nem importa que analise, construí dentro de mim várias personagens distintas entre si e de mim, personagens essas a que atribuí poemas vários que não são como eu, nos meus sentimentos e idéias, os escreveria.
Assim têm estes poemas de Caeiro, os de Ricardo Reis e os de Álvaro de Campos que ser considerados. Não há que buscar em quaisquer deles idéias ou sentimentos meus, pois muitos deles exprimem idéias que não aceito, sentimentos que nunca tive. Há simplesmente que os ler como estão, que é aliás como se deve ler."


        Por enquanto deixo essas poucas palavras sobre F. Pessoa para reflexão... 

"Você já teve contato com alguma obra do Pessoa ou seus heterônimos?! Gostou?! Se nunca teve como foi conhecer um pouco dessa pluralidade em pessoa?!"


Beijos!

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